A PROFECIA DE SIMEÃO

A liturgia de 02 de fevereiro, que celebra importante episódio da história de Jesus, é comovente. Decorridos os 40 dias da purificação, Maria e José encaminharam-se para o Templo, levando o Filho, a fim de cumprirem a lei judaica que prescrevia a consagração ao Senhor dos primogênitos do sexo masculino. O velho Simeão, que lá estava, tomou o menino nos braços e agradeceu esse privilegio que lhe fora concedido, entoando o hino incluído nas Completas e conhecido como “NUNC DIMITTIS”. Em seguida o devolveu à sua mãe, anunciando: “Eis que este menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição”. E continuou: “Quanto a você, uma espada há de atravessar-lhe a alma” (Lucas 2, 34-35).
A profecia de Simeão não falhou: Jesus foi mesmo um sinal de contradição na sociedade e na cultura em que viveu. Embora assumisse em tudo a condição humana, não o podia fazer em relação ao pecado, e por isso criou conflitos, causou escândalos, questionou os poderosos, defendeu os excluídos e recebeu, como preço da sua missão, a morte na cruz. Foi essa espada que atravessou o coração da Mãe.
Como discípulos e seguidores de Jesus, somos destinados a ser sinais de contradição no mundo em que realizamos o nosso êxodo para a eternidade. Somos iguais a todos os homens naquilo que compõe a natureza humana. Mas é necessário que hoje, mais do que nunca, algo nos identifique como cristãos. Numa sociedade como a nossa, que ainda não revela o plano do Pai, só por meio de testemunhos nem sempre entendidos e aplaudidos pelos homens é que realizamos a parte que nos cabe na agenda da Criação. Se a fraternidade nos pede a identificação com o irmão, a nossa vocação de militantes do Reino só se cumprirá quando a espada também atravessar o nosso coração porque procuramos ser fiéis às propostas do Evangelho.

INTENÇÕES DO MÊS:

GERAL: Para que a família seja respeitada por todos em sua identidade e para que seja reconhecida sua insubstituível contribuição a toda a sociedade.

MISSIONÁRIA: Para que nos lugares de missão,onde é urgente a luta contra enfermidades, as comunidades cristãs saibam testemunhar a presença de Cristo junto aos sofredores.

Dom Geraldo Majella Agnelo

Cardeal Arcebispo de Salvador.

Eliane Oliveira Pinto
Comissão Litúrgica do Ministério de Música Cristo Luz